domingo, 13 de março de 2011

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Uma hora cansa.

Eu passei a minha vida inteira tentando parecer forte o tempo todo,desde pequena eu criei um complexo de que se eu demonstrasse fraqueza,as pessoas acabariam se aproveitando disso e me usando.
Me auto intitulei a durona,a que nunca baixava a guarda,que sempre tinha uma resposta pronta,e o ruim disso tudo é que esse meu complexo me deixou marcas até o dia de hoje.
Eu sou carente de atenção,confesso,me apego as coisas mais simples que me rodeia e tenho pânico de perder aquilo tudo o que eu amo,isso piorou drasticamente depois que mamãe morreu,quando comecei a me relacionar com namorados,eu me apegava a eles de uma certa forma que assustava até a mim mesma,quando o namoro acabava era como se eu tivesse perdido parte de mim,e foi assim que fui acumulando perdas na minha vida,confesso até que algumas dores e perdas desnecessárias.
Eu passei a minha infância vendo meus pais brigandos,se agredindo e eu no meio daquilo tudo,o meu pai sempre foi um ótimo pai pra mim,mas um péssimo exemplo de marido,dos que chegava bêbado em casa e exigia atenção total da minha mãe,um homem machista e controlador.
Minha mãe por sua vez era uma pessoa sem vida,submissa,sem opção de escolher o que queria da vida,eu observava aquilo e jurava pra mim mesma que eu nunca iria me casar,a palavra casamento me dava um medo enorme,minha mãe por sua vez descontava sua infelicidade em mim,acho que dos seis aos treze anos eu devo ter apanhado todos os dias,e inúmeras vezes eu apanhava pelo prazer da minha mãe passar toda a raiva dela pelas pancadas dada,hoje aos vinte anos de idade eu não a culpo por nada,olhando por outro lado,consigo enxergar todo os seus motivos,no fim de tudo não havia vilã.
E com tudo isso eu me tornei carente e ao mesmo tempo fechada em copas,eu não sei receber muito bem um carinho(embora eu esteja quase gritando"me dê um abraço,eu não sou assim",eu sempre sou desconfiada com tudo e todos,é sempre a mesma pergunta"porque estão sendo carinhosos comigo?"o que querem de mim?"hoje isso é o maior trauma que eu quero superar.
Quero podêr ser abraçada e sentir que é um abraço sincero,de amor,de amigo e não ficar sempre na defensiva,cautelosa e pronta pra duelar,pra me defender,me defender de algo que muitas vezes sequer existe.
Porque no fundo eu já estou cansada disso tudo,cansada de tentar me impor esse escudo defensor o tempo todo,esse muro que eu construir,eu quero derrubá-lo.
E hoje eu só quis desabafar.

Beijos

Fer*

Um comentário:

  1. Oi Fer....
    eu entende bom essa coisa de querer ser a fortona, super auto-suficiente, a imbatível. Mas não imagino como deve ter sido difícil passar por uma infância complicada.
    O que mais importa agora é vc ser vc mesma, não acha. Não só a Fernanda durona, nem só a Fernanda com traumas...
    Descobrir quem vc é é uma constante... e nessa descoberta vc vai conhecendo pessoas que merecem que vc se abra.
    Boa sorte nessa jornada.
    Bjus

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